João Carlos Costa da Cruz, que assina as suas obras com o pseudónimo António Canteiro, vence a 4.ª edição do Prémio Literário Joaquim Mestre, com o romance «Inventor de esquecimentos».
O júri do Prémio Literário Joaquim Mestre, formado por Ana Freitas, António Saez Delgado e Sara Rodi, reunido no dia 23 de março, deliberou, por unanimidade, que a grande vencedora da 4.ª edição do Prémio é a obra «Inventor de esquecimentos», da autoria de João Carlos Costa da Cruz.
Em mais uma edição pautada pela qualidade dos originais a concurso, a obra vencedora, de acordo com o parecer do júri, é um texto muito consistente do ponto de vista do estilo e do desenrolar da narrativa. Tendo como tema central a memória - o que recordamos, como recordamos e porquê -, foge ao cliché do Alentejo romântico, explorando com mestria uma visão singular da identidade humana. O título acompanha a qualidade do texto: é forte, sugestivo e adequado à trama explorada.
ANTÓNIO CANTEIRO, pseudónimo de João Carlos Costa da Cruz, nasceu em S. Caetano - Cantanhede, em 1964. Vive em Febres - Cantanhede, na região da Gândara de Carlos de Oliveira.
Frequentou o Conservatório de Música de Coimbra e colabora com vários jornais e revistas locais.
É Técnico Superior de Reinserção na Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, em Aveiro.
Na poesia e no romance, conta com 12 obras publicadas: Parede de Adobo (Edições Húmus), romance que recebeu Menção Honrosa do Prémio Carlos de Oliveira, em 2005; Ao Redor dos Muros (Gradiva Publicações), romance, venceu o Prémio Alves Redol, em 2009; Largo da Capella (Gradiva Publicações), romance, obteve a Menção Honrosa do Prémio João Gaspar Simões, em 2011; O Silêncio Solar das Manhãs (Gradiva Publicações), poesia, venceu o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, em 2013; Logo à Tarde vai Estar Frio (Gradiva Publicações), romance galardoado em 2013, com Menção Especial do Júri, no Prémio João José Cochofel/Casa da Escrita de Coimbra, e vencedor, em 2015, do Prémio M.ª Amália Vaz de Carvalho; Na Luz das Janelas Pestanejam as Sombras (Edições Húmus), poesia, arrecadou o Prémio de Poesia de Bocage, em 2015; A Luz Vem das Pedras (Gradiva Publicações), romance, venceu o Prémio Alves Redol, em 2015; Vamos Então Falar de Árvores (Edições Húmus), romance, venceu ex aequo o Prémio Bento da Cruz, em 2018; A Casa do Ser (Gradiva Publicações), poesia, venceu o Prémio de Poesia de Bocage, em 2018. Não Fosse o Tumulto de Um Corpo (Edições Húmus), poesia, venceu o Prémio de Poesia António Cabral, em 2019 e foi Menção Honrosa no Prémio Glória de Sant'Anna, em 2022. Nocturno (Gradiva Publicações), romance, venceu o Prémio Literário Ferreira de Castro, em 2020. O Sol Incendeia o Alarido das Cigarras (Edições Húmus), poesia, venceu o Prémio de Poesia Fausto Guedes Teixeira, em 2022.
O romance Logo à Tarde Vai estar Frio (IT WILL BE COLD IN THE AFTERNOON) foi traduzido para língua inglesa, por Sara I. Veiga, e publicado pela Eglantyne Books - Publishers of Distinctive Electicism - 2022).
O Prémio Literário Joaquim Mestre tem uma periodicidade bienal e é um prémio instituído em 2017 pela ASSESTA - Associação de Escritores do Alentejo, em parceria com a Direção Regional de Cultura do Alentejo - extinta em dezembro de 2023, transitando a parceria para a CCDR Alentejo, I.P. - e com o apoio da Câmara Municipal de Beja.
O Prémio Literário Joaquim Mestre tem como objetivos promover, defender e valorizar a língua portuguesa e a identidade e diversidade cultural da região Alentejo, incentivando a criação literária na modalidade de romance e o gosto pela leitura, e, simultaneamente, homenagear o romancista e contista alentejano Joaquim Mestre.
A cerimónia de entrega de prémios e de lançamento da obra vencedora acontecerá durante o mês de outubro de 2024, na Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago.