


No próximo dia 14 de julho às 17h00, na igeja do Espírito Santo, o FIOE - 1º Festival Internacional de Órgão de Évora apresenta o concerto de encerramento, com a organista Alice Rocha e a oboísta Erika Maschke.
A extraordinária união destes dois instrumentos, órgão e oboé, fez com que muitos compositores escrevessem para eles.
Neste concerto, a simbiose será feita pela adaptação de obras que não são originalmente escritas para ambos os instrumentos, exigindo-lhe uma certa habilidade e virtuosismo.
Não será este o concerto em que se exploram novas técnicas e sonoridades. A originalidade deve-se sobretudo à capacidade de adaptação de obras, ampliando e incorporando novas músicas no repertório destes instrumentos.
O oboé moderno teve os seus primórdios por volta de 1820, no pensamento do grande oboísta Joseph Sellner em colaboração com o construtor Stefan Koch, que o perfeiçoaram e o tornaram apto para o repertório romântico e moderno.
O corne inglês, que de inglês nada tem por se tratar de uma derivação da designação francesa cor angulé , desenvolve-se a partir do oboé da caccia, possuindo uma sonoridade muitas vezes nostálgica e melancólica.
É nesta perspetiva que oboé e órgão se unem: o oboé nas visões de Sellner/Koch e o órgão, da mesmo modo, nas visões de Franck/Cavaillé-Coll.
PROGRAMA
Franz Schubert ( 1797- 1828)
Sonata opus 137 n°2
Allegro moderato
Andante
Menuetto
Trio
Allegro
Charles-Marie Widor (1844-1937)
Symphony No. 6 for Organ, Op. 42
No. 2: II. Adagio
Astor Piazzolla (1921-1992)
Tango étude n.3
Tango étude n.4
Josef Rheinberger (1839-1901)
6 Peças para órgão e oboé
2. Abendlied
3. Gigue
5. Elegie
Béla Bartok (1881-1945)
Danses Roumaines
Cornemuses
La trépigneuse
Danse de Bucium
Polka roumaine
Danse rapide
NOTAS BIOGRÁFICAS
Alice ROCHA
Natural de Évora, Alice Rocha iniciou os seus estudos musicais em 2009 no Conservatório Regional de Évora - Eborae Musica - na classe de órgão do professor e organista Rafael Reis até ao final do curso em 2017.
Em julho de 2016, foi selecionada para participar na Young Talents Masterclass de Haarlem, na Holanda, tendo assim a oportunidade de estudar com organistas de prestígio, em particular Ben Van Oosten. Ao longo dos seus estudos participou em outras masterclasses com importantes organistas, como António Esteireiro, José Luis Uriol, Willem Jansen e Vincent Dubois.
Entre 2019 e 2021, ocupa o cargo de organista da igreja de Saint-Matthieu, em Estrasburgo.
Em 2021, Alice obtém a sua licenciatura DNSPM na Academia Superior de Música de Estrasburgo-HEAR, sob a direção do professor e organista Johann Vexo.
Durante os seus estudos em França, teve a oportunidade de dar vários concertos na Alsácia, Alemanha, Paris, Chartres e em Portugal, também com o seu duo de órgão/oboé formado em 2018 com a oboísta Erika Maschke.
Em junho do ano 2023 Alice Rocha obteve o seu Mestrado de Órgão - interpretação no Conservatório Nacional Superior de Música e de dança de Paris - CNSMDP, na classe dos professores Olivier Latry e Thomas Ospital.
Desde setembro de 2023 Alice prossegue os seus estudos em especialização de órgão, com o professor Johann Vexo, no conservatório de Strasbourg.
Erika MASCHKE
Nascida em 1998, Erika Maschke começou a estudar oboé no conservatório de Lyon, na classe de Olivier Hue, até obter o seu Diploma de Estudos Musicais em 2017.
Fez depois a licenciatura na Haute École des Arts du Rhin nas classes de Christian Schmitt e Sébastien Giot.
Estudou também oboé barroco e música antiga com Renata Duarte e Katharina Arfken.
Desejando dar grande importância à transmissão do conhecimento, Erika ensina desde 2022 nos conservatórios de Brive-la-Gaillarde e Tulle.
Paralelamente ao ensino, Erika desenvolve, junto com Mathilde Abd-El-Kader, espetáculos que misturam teatro e música, na companhia Drelin Drelin.
Toca também no grupo Malval, inspirando-se nas músicas tradicionais do Limousin para as suas criações musicais.
Desde o encontro em 2019, Erika e Alice tocam regularmente juntas, tanto em instrumentos modernos quanto antigos.
O FESTIVAL FIOE
O 1.º Festival Internacional de Órgão de Évora - FIOE é organizado pela igreja de S. Francisco - Paróquia de S. Pedro e tem como parceiros o Cabido da Sé de Évora e igreja do Espírito Santo. Surge na sequência lógica do avultado investimento feito na recuperação dos órgãos históricos por parte destas entidades.
O Festival pretende ser um grande evento, em que todos os órgãos serão tocados por organistas de carreira sólida e de referência internacional e nacional, bem como divulgar o trabalho de jovens organistas com a possibilidade de manifestar a qualidade da sua arte.
Irão ser escritas novas obras para os 4 órgãos de S. Francisco, pois o repertório para este tipo de agrupamento é escasso. Os concertos, no total de onze, serão a solo ou com os mais diversos conjuntos vocais e instrumentais. Pretende ainda dar a conhecer o trabalho dos músicos que profissionais ou amadores, exercem a sua atividade localmente ou que de Évora são naturais.
Os concertos vão decorrer ao longo de aproximadamente um ano com início a 15 de outubro de 2023 e término a 14 de julho de 2024. Este é o festival que mais puramente se relacionará com a cultura do património material e imaterial de Évora.
Todos os concertos têm entrada gratuita.
A 2.ª edição do FIOE terá início no mês de outubro de 2024, em data a anunciar.
A REABILITAÇÃO DOS ÓRGÃOS HISTÓRICOS
Construídos entre os séculos XVI e XIX, e com uma história que abrange 322 anos, os órgãos da cidade de Évora têm reconhecimento nacional e internacional.
A nível nacional, Évora assume extraordinária importância ao possuir o mais antigo conjunto de dois órgãos da Europa que datam de 1562 e que se encontram na Sé, um deles recuperado. Existem também órgãos da escola Hamburguesa de Arp Schnitger que datam de final do século XVII e primeira metade do século XVIII, da autoria de Hulenkampf.
A cidade tem ainda um dos mais importantes conjuntos de órgãos do genovês Pascoal Caetano Oldovino, construídos para as mais significativas igrejas da cidade e 4 deles reunidos na igreja de S. Francisco. Por fim um órgão romântico francês de Aristide Cavaillé-Coll de 1884, que se encontra na Igreja do Espírito Santo. De notar que todos os organeiros eram de origem estrangeira.
Pelas características apontadas, as instituições responsáveis pelos instrumentos, têm feito um investimento necessário e significativo para conservar e recuperar os órgãos. Desta forma, a Igreja de S. Francisco entre 2018 e 2022 recuperou os quatro instrumentos da sua responsabilidade, criando um espaço onde pela primeira vez no Alentejo se podem escutar quatro instrumentos do mesmo organeiro, em conjunto.
O Cabido Eborense promoveu uma obra de conservação necessária no órgão renascentista e restaurou o órgão barroco. Pretende ainda pelo seu significado, recuperar um instrumento que possui tubos do antigo órgão renascentista que se encontrava em frente ao atual, lamentavelmente desmantelado nos anos 40. A Sé terá novamente a oportunidade de recuperar, ainda que não plenamente, a possibilidade de haver música a dois órgãos como acontecia no renascimento.
Mais recentemente a igreja do Espírito Santo em colaboração com a igreja de S. Francisco, restaurou o seu instrumento romântico de Cavaillé-Coll, num trabalho de resultado primoroso e brilhante. Todos os restauros foram feitos por organeiros com as mais altas competências internacionais e especialistas nas especificidades da época de cada um dos instrumentos.
OS ANTECEDENTES
Em 29 de junho de 2019, concluída a reabilitação de 3 órgãos de Oldovino, foi lançado o Ciclo de Concertos de Órgão da Igreja de S. Francisco - Música nas Igrejas que decorreu entre julho e novembro de 2019, com concertos em Évora, Alvito, Arronches, Almodôvar, Sousel e Elvas.
No concerto inaugural foram tocadas duas obras inéditas, encomendadas ao compositor Eurico Carrapatoso e interpretadas por organistas, coro e orquestra internacionais.
Esta iniciativa resultou de uma parceria entre a igreja de S. Francisco e a então Direção Regional de Cultura do Alentejo, com a colaboração das Dioceses e Municípios envolvidos.
Mais recentemente, em dezembro de 2022, na sequência da conclusão da reabilitação de mais um órgão de Oldovino, foi realizado o concerto "4 ÓRGÃOS - música no tempo de Pascoal Caetano Oldovino" com João Vaz, André Ferreira, Alice Rocha e Rafael dos Reis e o coro Capella de S. Vicente com direção de Pedro Rodrigues.
Ao todo, as iniciativas dos últimos anos já criaram oportunidades de trabalho para um número importante de músicos, organeiros e técnicos de multimédia e comunicação.
DIREÇÃO ARTÍSTICA
Rafael dos REIS
Licenciado em órgão pela Universidade de Évora, onde estudou com João Vaz. Participou em várias edições do curso de Mateus estudando cravo e música de câmara com Jacques Ogg.
Estudou em vários cursos internacionais de órgão, em Basel com Andrea Marcon e em Toulouse com Willem Jansen.
É diplomado pela Accademia Internazionale di Musica per Organo San Martino de Bologna, no curso de Literatura para Órgão Italiana, onde estudou com Luigi Ferdinando Tagliavini.
Concluiu o mestrado em interpretação de órgão na Escola Superior de Música de Lisboa onde estudou órgão com António Esteireiro e João Vaz.
Foi professor de órgão no Conservatório Reginal de Évora - Eborae Musica e durante dez anos na Escola de Música do Conservatório Nacional em Lisboa.
É organista titular na Sé de Évora, nas igrejas de S. Francisco e Espírito Santo em Évora.
Atualmente é investigador e doutorando bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, com a orientação de João Vaz, onde desenvolve a tese: «Património Organístico Material e Imaterial de Évora: Instrumentos, Repertório e Performance».
É o Diretor Artístico do FIOE - 1.º Festival Internacional de Órgão de Évora.
Consulte AQUI o programa geral do FIOE.
FICHA TÉCNICA
Cónego Manuel da Silva Ferreira - Paróquia de S. Pedro
Administração e coordenação
Rafael dos Reis
Direção artística
Manuel Ribeiro
Comunicação e multimédia
LIGAÇÕES
Página oficial do Festival fioe.igrejadesaofrancisco.pt
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Facebook igreja do Espírito Santo facebook.com/igreja.espirito.santo.evora
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